A escritora argentina Silvina Ocampo declarou, certa vez, numa entrevista1:
"Acredito que o conto é superior ao romance. Como gênero, digo. O conto é o primeiro que existiu na literatura. Existe como Adão e Eva. Como algo que inicia tudo. É genético, diríamos. Poderíamos imitar a Bíblia: 'No princípio, era o conto'. Para mim foi algo primordial, nos meus primeiros anos. Era o principal. Eu me formei lendo contos. E minha imaginação fez o resto, porque não só conhecia o conto como gênero, mas o esperava, o buscava por todos os cantos. Cresci procurando algo que servisse para escrever um conto."
O conto está no início de tudo — isso também é verdade para mim.
Fui nutrida com narrativas curtas, desde pequena (e aposto que você também foi). Primeiro, com os contos de fadas, ou fábulas em que animais falavam e uma barata podia ser a pretendente a esposa mais disputada do pedaço.
Ou ainda nos "causos" insólitos ou de terror que meu pai contava nas noites em que ficávamos sem eletricidade e nos reuníamos ao redor da chama das velas para escutar.
Os contos (em especial os fantásticos) fizeram parte da minha formação como contadora de histórias. Assim como Silvina, eu o buscava em todos os cantos, até no que passei a escrever.
Aprendi muito sobre escrever ficção escrevendo contos. Sobretudo a praticar a concisão. O que é um baita desafio para uma pessoa como eu que sempre escreve um pouco além da conta (quem acompanha esta newsletter sabe)! Fazer caber um mundo inteiro dentro de histórias curtas é o tipo de desafio que me atrai.
E é isso que vou tentar transmitir na aula aberta e gratuita que preparei em parceria com a Seiva: Pequenas Grandes histórias, uma oficina de narrativas curtas!
Vamos falar das possibilidades desse formato, vamos analisar juntos a estrutura de um conto do Moacyr Scliar, aprender a ir direto na jugular da história, falar do que é essencial numa narrativa e colocar a mão na massa, do jeito que eu gosto, em exercícios para soltar o braço, libertar a imaginação e criar uma narrativa fantástica.
Prepare seu caderno, papéis, post-its e suas canetas favoritas, pois vamos escrever juntos!
Já falei que é de graça? Online? Que você pode participar de qualquer lugar do planeta? Pois é, pode espalhar por aí: é só colar, só precisa se inscrever.
Fica aqui o meu convite para você participar: será no dia 13 de março, quinta-feira, às 19h30 do Brasil.
Te vejo lá?
Beijinhos,
Entrevista concedida a Mempo Giardinelli, publicada no livro Así se escribe un cuento, Argentina, 1993.
que tudo! obrigada por isso, já me inscrevi
Inscrito desde o primeiro dia, assim que recebi o e-mail da Seiva.